segunda-feira, 6 de julho de 2015

A geração conectada

 

As crianças de hoje são consideradas nativas digitais porque nasceram em um contexto em que as novas tecnologias já estão inseridas em nossa cultura e naturalmente fazem parte da vida de um grande número de pessoas. Porém até que ponto o uso cada vez mais precoce de aparelhos como tablets e smartphones pode afetar o desenvolvimento infantil? Existe um limite a ser imposto?

O uso excessivo de tablets e smartphones por crianças pequenas não é aconselhável porque pode afetar o processo de desenvolvimento natural do cérebro, o que compromete a aprendizagem, aumenta a impulsividade e favorece o surgimento de transtornos como o de déficit de atenção. Bebês ainda não possuem estrutura física para aproveitar as brincadeiras com aparelhos eletrônicos, pois até os 6 meses a visão ainda não está desenvolvida o suficiente para que consigam focar a tela. 

Porém sabemos que não é possível proibir totalmente o uso desses aparelhos, pois vivemos em uma era conectada e as crianças fazem parte dela. Além disso os pequenos são curiosos por natureza: tudo é novidade e gostam de descobrir o mundo e festejar seus achados. 

Durante a primeira infância a família exerce grande influência sobre as atitudes e comportamentos da criança porque representa o primeiro núcleo de contato com o mundo fora da barriga da mamãe. Por isso recomendamos que os próprios pais limitem seu tempo de uso de aparelhos eletrônicos, principalmente se estiverem na presença da criança, pois ela vai querer fazer igual. 

Caso a criança demonstre interesse pelo aparelho, apresente-o naturalmente pois para ela trata-se de apenas mais um brinquedo. Inclusive há aplicativos que estimulam o aprendizado através da música, de historinhas ou de joguinhos; porém fique atento à classificação etária para ver se está adequada à idade de seu filho. 

Crianças pequenas gostam de música de ritmo constante, repetido e rimas simples. Evite aplicativos e jogos barulhentos, com sequências muito rápidas, porque provocam grande excitação e podem parecer assustadores aos olhos e ouvidos ainda bastante sensíveis dos pequenos.

Os pais possuem competência para saber o que é melhor para seus filhos. Portanto caso você decida permitir que seu pequeno brinque com smartphones/tablets, recomendamos que o tempo de exposição não exceda a 20 minutos para crianças de 1 a 2 anos. Para as crianças maiores (3 a 4 anos) é possível permitir até 2 horas por dia de exposição a telas em geral, incluindo a da TV e dos demais aparelhos. 

Não há problema quando o aparelho se transforma em um brinquedo, mas ele não deve ser o único brinquedo. Ofereça à criança diferentes opções de entretenimento e lazer incluindo passeios e atividades ao ar livre. A criação de jogos e novas brincadeiras fora do contexto tecnológico incentiva a imaginação e a fantasia que são fundamentais para o bom desenvolvimento físico e mental. 

Uma boa dica é promover uma oficina de criação de brinquedos, onde a criança constrói seu próprio brinquedo a partir de materiais não estruturados: papelão, fitas coloridas, elástico, papel crepom, etc. Depois de confeccionados os brinquedos podem ser trocados entre os coleguinhas, o que estimula o desapego, a generosidade e o aprendizado de boas regras de convívio social. Isso sem mencionar o orgulho de criar um brinquedo legal com suas próprias mãozinhas!

Por fim, recomendamos que o uso de aparelhos tecnológicos sejam sempre supervisionados por um adulto responsável, principalmente se ele estiver conectado à internet, pois mesmo que os pequenos dominem de maneira espontânea seu manuseio, ainda não têm maturidade suficiente para saber os limites entre o certo e o errado e o que devem e não devem fazer na rede. Isso os torna alvos fáceis de abusadores e outros criminosos. Esse é um alerta importante em todas as idades.

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