A conscientização do fato de que nossa vida não se parece - nem de
longe - com a da família do comercial daquela famosa marca de margarina pode
ser frustrante. Será que tudo na vida tem que ser perfeito? Por que perdemos
tanto tempo achando que a vida do vizinho é sempre melhor do que a nossa? Será
que é mesmo?
A cobrança social, intensamente reforçada pela mídia, é cruel. Precisamos
ser jovens para sempre; ser atletas sexuais; ter uma carreira bem-sucedida; o
carro do ano; um chefe dos sonhos; morar no lugar perfeito; nunca ficar triste;
ter filhos perfeitos, educados e cultos; vestir a roupa da moda, caber numa
calça tamanho 34, estar sempre de bom humor, etc. A lista é interminável. Será
que já paramos para pensar na quantidade de energia que gastamos para manter –
ou pelo menos ter a ilusão de manter – essas exigências em dia?
Às vezes nos tornamos nossos próprios algozes sem nos darmos conta
disso. A cobrança excessiva internalizada faz com que passemos a correr atrás
de um ideal nem sempre, de fato, alcançável. E o pior é que sofremos por isso. E
muito! Algumas pessoas chegam a tomar atitudes extremas contra si mesmas e
contra os outros. E no final das contas, todos saem perdendo.
Portanto, aceitemos a nossa humanidade. Ficar triste faz parte da
vida. Envelhecer faz parte da vida. Vivenciar perdas também. Ter altos e baixos
no trabalho, nas finanças e no casamento também faz parte da vida. Não querer
ou não poder usar a roupa da moda não vai fazer de você uma pessoa pior e nem
menos interessante do que as demais. Não é nada fácil lidar com os desafios que
a vida e a sociedade nos impõem, mas somos capazes de superar os obstáculos; é
preciso confiar na própria capacidade e contar com ajuda do próximo quando
necessário. É um exercício diário.
Por outro lado, é importante procurar fazer, com dedicação, aquilo que
julgamos ser realmente importante e nos esforçarmos para fazer o melhor; porém
é preciso buscar um equilíbrio para não virarmos escravos dos ideais de
perfeição. Vale frisar que buscar excelência no que fazemos é diferente de
correr obsessivamente atrás de um ideal de perfeição. Perseverança não é
obsessão! A perseverança abre portas, ao passo que a obsessão pode nos levar ao
abismo. Pense nisso.
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