O mais novo filme de Sofia Coppola “ The Bling Ring - a gangue de Hollywood ” é baseado em fatos reais e aborda a história de cinco jovens
americanos de classe média que seduzidos pela fama e pelo glamour preconizado pela mídia, decidem invadir e furtar mansões de
celebridades.
O objetivo dos jovens não é não apenas provar um pouco desse universo
mágico do luxo, mas principalmente divulgar nas redes sociais suas façanhas. Para
eles não basta transgredir. É preciso ostentar a transgressão como se fosse um
troféu e com isso conquistar popularidade e admiração.
O comportamento de ostentar a transgressão independe da classe
social e também pode ocorrer em outras culturas. Aqui mesmo no Brasil, na
semana passada, veiculou a notícia de criminosos de comunidades do Rio de
Janeiro que usam as redes sociais para postar fotos portando armas e praticando
outras atividades ilícitas.
No grupo de referência dos traficantes, para ser admirado o sujeito deve ser destemido, ousado, ter dinheiro para comprar roupas de marca, sustentar a família, ter muitas meninas bonitas, dentre outras coisas. Com isso ele conquista o respeito dos demais moradores da comunidade, mesmo que seja através do medo.
No caso dos reais protagonistas de The Bling Ring, o valor está atrelado ao
culto à alienação contemporânea que reforça comportamentos auto-centrados e
prioriza a coisa (consumo) em detrimento da pessoa (identidade). Dessa maneira
o valor de cada sujeito está naquilo que ele tem e não em quem
ele é. Para ser admirado é preciso enquadrar-se
em padrões rígidos e ao mesmo tempo superficiais: ser rico, famoso, magro, usar
objetos de grifes luxuosas, etc.
Portanto, na atualidade observamos a profecia de Andy Warhol tomar
cada vez mais corpo: “ no futuro todos terão
seus quinze minutos de fama “. Mesmo que seja através de um delito.
Leia a notícia citada no texto: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/08/criminosos-do-rio-se-exibem-com-armas-em-redes-sociais.html