No dia 10 de setembro comemora-se o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Por isso convido-os a refletir sobre esse tema tão delicado e de grande importância.
Em nossa sociedade contemporânea que preza pela beleza, saúde e juventude eternas, falar sobre morte é um tabu. Falar sobre suicídio é ainda pior, pois o estigma é grande e por isso muitas pessoas preferem não abordar o assunto.
Em nossa sociedade contemporânea que preza pela beleza, saúde e juventude eternas, falar sobre morte é um tabu. Falar sobre suicídio é ainda pior, pois o estigma é grande e por isso muitas pessoas preferem não abordar o assunto.
Porém esse tema precisa ser olhado de frente uma vez que a
Organização Mundial da Saúde - OMS - que nas últimas quarto décadas o número
de suicídios aumentou significativamente em diversos países, em diferentes
contextos socioeconômicos e faixas etárias. O Brasil é o quarto país
latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios. Mas afinal o que leva alguém a tirar a própria vida?
Fatores de risco
O suicídio é um fenômeno complexo que possui aspectos emocionais, psiquiátricos, religiosos, sociais e culturais. É uma forma de tentar livrar-se do sofrimento quando não se consegue ver outra saída para os problemas. Os principais fatores de risco para o suicídio são: transtornos psiquiátricos, abuso de substâncias como álcool e outras drogas, brigas familiares, perda do emprego, doença grave, dívidas, acidentes que causem desfigurações e incapacidade física.
A prevenção deve ser feita através de múltiplos esforços e a informação é a principal ferramenta.
Família
É importante falar sobre o suicídio e o diálogo deve começar dentro de casa. Assim como o sexo, a morte também costuma ser um assunto desconfortável de ser abordado. Erroneamente a família evita falar sobre o suicídio com a justificativa de proteger seus entes queridos, principalmente crianças e adolescentes, por achar que ainda não possuem recursos psíquicos para lidar isso. As perguntas surgirão naturalmente e é importante permitir que os jovens falem sobre como se sentem a respeito do suicídio de alguém próximo e que tenham suas duvidas esclarecidas de acordo com sua idade e capacidade de compreensão.
Em alguns casos, o suicídio pode estar relacionado a questões familiares e por isso a terapia familiar é fundamental para que essas questões não envolvam outros membros da família.
Em alguns casos, o suicídio pode estar relacionado a questões familiares e por isso a terapia familiar é fundamental para que essas questões não envolvam outros membros da família.
Escola
Programas psicoeducativos voltados para a valorização da vida contribuem para resgatar elementos como apoio social, empatia e respeito à vida. Tais elementos podem ser de grande valia em momentos de crise.
A sociedade civil e o poder público, de mãos dadas, podem contribuir de forma valiosa para a prevenção do suicídio. O treinamento adequado de profissionais das áreas da saúde, da educação, do direito, bombeiros de policiais, ajuda a orientá-los a atuar de maneira eficaz na identificação e intervenção de comportamentos suicidas. Para isso os profissionais devem trabalhar em rede, rompendo tabus que envolvem a morte voluntária e discutindo abertamente sobre seus desafios e anseios em relação a essa população.
Vivemos em uma sociedade capitalista orientada para a satisfação imediata e na qual não há lugar para falhas, tristezas e fracassos. Consumir torna-se um imperativo que qualifica um sujeito como bem-sucedido na medida em que ele mostra que tem e que pode muito em termos materiais. Quanto maiores as posses, maior o prestígio. A família, como parte desse sistema social, reproduz essa lógica cobrando de seus membros uma performance que atenda aos anseios de sucesso e perfeição. Aqueles que não conseguem atender a essa demanda podem sucumbir à depressão, e o suicídio muitas vezes é visto como a única saída para a incapacidade de atender às expectativas da família e da sociedade como um todo.
É fundamental não estigmatizar o comportamento suicida através do deslocamento da discussão para o campo moral. Isso só piora a condição de quem já se encontra em sofrimento. Para isso, é preciso fazer com que o tema do suicídio deixe de ser tabu. Oferecer ao sujeito a oportunidade de falar, sem críticas e julgamento de valor, é um bom começo. Devemos acolher o paciente, incentivando-o a falar sobre suas questões de forma aberta e auxiliá-lo a buscar outras saídas para seu sofrimento, que não a morte.
O trabalho de profissionais qualificados é fundamental para apoiar o paciente e seus familiares, ajudá-los a superar a crise e buscar alternativas para a resolução dos conflitos que desencadearam o problema. O psiquiatra e o psicólogo devem ser consultados o quanto antes para reforçar as condições de proteção pessoal e familiar.
Interdisciplinaridade
Considerações finais
É fundamental não estigmatizar o comportamento suicida através do deslocamento da discussão para o campo moral. Isso só piora a condição de quem já se encontra em sofrimento. Para isso, é preciso fazer com que o tema do suicídio deixe de ser tabu. Oferecer ao sujeito a oportunidade de falar, sem críticas e julgamento de valor, é um bom começo. Devemos acolher o paciente, incentivando-o a falar sobre suas questões de forma aberta e auxiliá-lo a buscar outras saídas para seu sofrimento, que não a morte.
O trabalho de profissionais qualificados é fundamental para apoiar o paciente e seus familiares, ajudá-los a superar a crise e buscar alternativas para a resolução dos conflitos que desencadearam o problema. O psiquiatra e o psicólogo devem ser consultados o quanto antes para reforçar as condições de proteção pessoal e familiar.